Jesus e a sua trajetória de luz na terra.

Jesus e a sua trajetória de luz na terra.
Ninguém vai ao Pai senão por mim. João 14,6

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Apóstolo Paulo

Amor tudo sofre,
tudo crê,
tudo espera,
tudo suporta,
o amor jamais acaba.
Apóstolo Paulo

Poema da Gratidão

Poema da Gratidão

Senhor Jesus, muito obrigada!
Pelo ar que nos dás,
Pelo pão que nos deste,
Pela roupa que nos veste,
Pela alegria que possuímos,
Por tudo de que nos nutrimos

Muito obrigada, pela beleza da paisagem,
Pelas aves que voam no céu de anil
Pelas Tuas dádivas mil!
Muito obrigada, Senhor!
Pelos olhos que temos...
Olhos que vêem o céu, que vêem a terra e o mar,
Que contemplam toda beleza!
Olhos que se iluminam de amor

Ante o majestoso festival de cor
Da generosa Natureza!
E os que perderam a visão?
Deixa-me rogar por eles
Ao Teu nobre coração!

Eu sei que depois desta vida,
Além da morte,
Voltarão a ver com alegria incontida...
Muito obrigada pelos ouvidos meus,
Pelos ouvidos que me foram dados por Deus.

Obrigada, Senhor, porque posso escutar
O Teu nome sublime, e, assim, posso amar
Obrigada pelos ouvidos que registram:
A sinfonia da vida,
No trabalho, na dor, na lida...
O gemido e o canto do vento nos galhos do olmeiro,
As lágrimas doridas do mundo inteiro
E a voz longínqua do cancioneiro...

E os que perderam a faculdade de escutar?
Deixa-me por eles rogar...
Sei que em Teu reino voltarão a sonhar.
Obrigada, Senhor, pela minha voz.

Mas também pela voz que ama,
Pela voz que canta,
Pela voz que ajuda,
Pela voz que socorre,
Pela voz que ensina,
Pela voz que ilumina...

E pela voz que fala de amor,
Obrigada, Senhor!
Recordo-me, sofrendo, daqueles
Que perderam o Dom de falar
E o Teu nome não podem pronunciar!...

Os que vivem atormentados na afasia
E não podem cantar nem à noite, nem ao dia...
Eu suplico por eles
Sabendo, porém, que mais tarde,
No Teu Reino voltarão a falar.

Obrigada, Senhor, por estas mãos, que são minhas
Alavancas da ação, do progresso, da redenção
Agradeço pela mãos que acenam aeus'>deuses,
Pelas mãos que fazem ternura,
E que socorrem na amargura;
Pelas mãos que acarinham,
Pelas mãos que elaboram as leis
Pelas mãos que cicatrizam feridas
Retificando as carnes sofridas
Balsamizando as dores de muitas vidas!

Pelas mãos que trabalham o solo,
Que amparam o sofrimento e estancam lágrimas,
Pelas mãos que ajudam os que sofrem,
Os que padecem...

Pelas mãos que brilham nestes traços,
Como estrelas sublimes fulgindo meus braços!
... E pelos pés que me levam a marchar, erecta, firme a caminhar; pés da renúncia que seguem
humildes e nobres sem reclamar.

E os que estão amputados, os aleijados,
Os feridos e os deformados,
Os que estão retidos na expiação
Por ilusões doutra encarnação,
Eu rogo por eles e posso afirmar

Que no Teu Reino, após a lida
Dolorosa da vida,
Hão de poder bailar
E em transportes sublimes outros braços afagar...
Sei que a Ti tudo é possível
Mesmo o que ao mundo parece impossível!

Obrigada, Senhor, pelo meu lar,
O recanto de paz ou escola de amor,
A mansão de glória.
Obriga, Senhor, pelo amor que eu tenho
E pelo lar que é meu...
Mas, se eu sequer
Nem o lar tiver
Ou teto amigo para me aconchegar
Nem outro abrigo para me confortar,
Se eu não possuir nada,
Senão as estradas e as estrelas do céu,
Como leito de repouso e o suave lençol,
E ao meu lado ninguém existir, vivendo
E chorando, sozinha, ao léu...

Sem alguém para me consolar
Direi, cantarei, ainda:
Obrigada, Senhor,
Porque Te amo e sei que me amas,
Porque me deste a vida
Jovial, alegre, por Teu amor favorecida...
Obrigada, Senhor, porque nasci,
Obrigada, porque creio em Ti.

... E porque me socorres com amor,
Hoje e sempre,
Obrigada, Senhor!

Superioridade moral da natureza de Jesus

Crônicas e Artigos
Ano 5 - N° 247 - 12 de Fevereiro de 2012
OSWALDO COUTINHO
cafocoutinho@hotmail.com

Serrinha, BA (Brasil)
 
Superioridade moral da natureza de Jesus

A vida de Jesus foi uma epopéia de luz. Os seus feitos, os seus ensinamentos jamais foram vistos em toda a história da humanidade. A sua presença facultava ao planeta a oportunidade sublime de redenção espiritual, a sua mensagem continua a embalar os corações dos homens no decorrer dos séculos, o seu amor continua sendo o referencial de luz para a humanidade, os seus ensinamentos são a maior oportunidade de o Espírito eterno, viajor do tempo e do espaço, conhecer a verdade, as bem-aventuranças são a maior canção que a humanidade pôde ouvir saindo dos lábios sublimes do Nazareno, que soube como ninguém percorrer as distâncias espirituais para semear na Terra a mensagem da Boa Nova.
Que homem é esse que soube implantar nos corações dos homens a mensagem do amor, do perdão, da caridade e da misericórdia, como mecanismo divino que a Providência nos concede como meio de conseguir a nossa evolução?!
Ah! Jesus amado! Tem paciência com as nossas imperfeições milenares, porque muitas vezes não soubemos aproveitar o teu convite e hoje, Senhor, somos convidados a recomeçar o caminho através de erros e acertos, construindo a nossa evolução.
Tem piedade, Jesus, por nós sofredores que muitas vezes vivemos no báratro das ilusões mundanas, preferindo o ouro de César e rejeitando a tua mensagem de felicidade.
Muitas vezes, Senhor, equivocados no caminho a seguir causamos a guerra e destruímos lares por ganância ao poder.
Oh! Jesus! Tem piedade de nós e nos socorre como socorreste o mancebo rico que preferira os ouropéis enganosos que o mundo oferece, em detrimento da tua mensagem renovadora.
Socorre-nos, Senhor, na figura do paralítico de Cafarnaum que teve a oportunidade de encontrar-se contigo numa linda tarde, às  margens do lago de Genesaré, ouvindo as onomatopéias e o chilrear dos pássaros, e sentir o teu majestoso olhar, sendo beneficiado por teu magnetismo que reconstituiu suas carnes dilaceradas.
Amado Jesus, sê por nós neste momento de transição planetária em que o planeta amado passa por transformações sucessivas em busca de sua regeneração.
Fortalece, Senhor, os Espíritos que estão sendo convidados a deixar o planeta em evolução, sublima-os de sentimentos bondosos para que possam um dia, Senhor, retornar ao planeta, já recuperados de suas imperfeições morais, e aos Espíritos bondosos que virão, Senhor, dá-lhes força, luz e a estrela guia para que possam se fortalecer para a luta do caminho.
Assim, Jesus amado, nós só temos que suplicar a tua assistência amorosa para as nossas vidas e para todos, Senhor, que estão mergulhados neste véu carnal e também estão em luta para a sua redenção.
Muito obrigado, amigo divino! Que o teu amor fique incrustado em toda a esfera terrestre para que o homem consiga um dia participar do reino de amor, quando então estaremos todos nós usando a túnica nupcial que significa simplicidade e pureza de coração.
Assim, Jesus, com a certeza da tua presença e da presença dos Espíritos bondosos que te auxiliam, entregamos nossas vidas em tuas mãos para que possa nos dirigir com segurança em busca da nossa plenitude, da nossa felicidade, da nossa paz.


 


O Consolador
 Revista Semanal de Divulgação Espírita
 

Manoel Philomeno de Miranda

Manoel Philomeno de Miranda
Há 121 anos nascia, em Jangada, município do Conde, Estado da Bahia, o discípulo fiel da seara de Jesus, Manoel Philomeno de Miranda.
Conheceu o Espiritismo através do médium Saturnino Favila, em 1914. Por essa época conheceu José Petitinga, estabelecendo relações com ele, ao mesmo tempo em que começava a freqüentar as sessões da União Espírita Baiana que havia sido recentemente fundada, em 1915.
Discípulo de José Petitinga, tinha a mesma maneira especial de tratar e doutrinar os assistentes das sessões da “União”, sempre baseadas num magistral versículo evangélico.
Desde 1918 Miranda participava assiduamente das sessões, interessado superiormente nos assuntos doutrinários do Espiritismo e um dos mais firmes adeptos dos seus ensinos.
Fez parte da diretoria da União Espírita Baiana desde 1921 até o dia da sua desencarnação, em 14 de julho de 1942. Também presidia as sessões mediúnicas e trabalhos do Grupo Fraternidade. Durante esse longo período Miranda foi um baluarte do Espiritismo. Onde estivesse, aí estaria a doutrina e sua propaganda exercida com proficiência de um douto, um abnegado.
Delicado no trato, mas heróico na luta. Publicou, sem o seu nome, as obras “Resenha do Espiritismo na Bahia” e “Excertos que justificam o Espiritismo”, além do opúsculo “Porque sou Espírita” em resposta ao Pe. Huberto Rohden.
Sofrendo do coração, subia as escadas a fim de não faltar às sessões, sorrindo e sempre animado.
Queria extinguir-se no seu cumprimento. Sentia imensa alegria em dar os seus dias ao serviço do Cristo.
Sobre as suas últimas palavras, assim escreve A M. Cardoso e Silva: “Agora sim! Não vou porque não posso mais.Estou satisfeito porque cumpri o meu dever. Fiz o que pude... o que me foi possível. Tome conta dos trabalhos, conforme já determinei.”
Era antevéspera da sua desencarnação.
Querido de quantos o conheceram - porque quem o conhecia não podia deixar de amá-lo -, até o último instante demonstrou a firmeza da tranqüilidade dos justos, proclamando e testemunhando a grandeza imortal da Doutrina Espírita.
Divaldo Pereira Franco nos conta como iniciou seu relacionamento com o amoroso Benfeitor, conforme relato no livro Semeador de Estrelas, da escritora e médium Suely Caldas Schubert: “No ano de 1950 Chico Xavier psicografou para mim uma mensagem ditada pelo Espírito José Petitinga e no próximo encontro uma outra ditada pelo Espírito Manoel Philomeno de Miranda.
( ... ) “No ano de 1970 apareceu-me o Espírito Manoel Philomeno de Miranda, dizendo que, na Terra, havia trabalhado na União Espírita Baiana, tendo exercido vários cargos, dedicando-se, especialmente à tarefa do estudo da mediunidade e da desobsessão. “Quando chegou ao Mundo Espiritual foi estudar em mais profundidade as alienações por obsessão e as técnicas correspondentes da desobsessão.
( ... ) “Convidado por Joanna de Ângelis, para trazer o seu contributo em torno da mediunidade, da obsessão e desobsessão, ele ficou quase trinta anos realizando estudos e pesquisas e elaborando trabalhos que mais tarde iria enfeixar em livros. “Ao me aparecer, então, pela primeira vez, disse-me que gostaria de escrever por meu intermédio. “Levou-me a uma reunião, no Mundo Espiritual, onde reside, e ali, mostrou-me como eram realizadas as experiências de prolongamento da vida física através da transfusão de energia utilizando-se do perispírito. “Depois de uma convivência de mais de um mês, aparecendo-me diariamente, para facilitar o intercâmbio psíquico entre ele e mim, começou a escrever “Nos Bastidores da Obsessão”, que são relatos, em torno da vida espiritual, das técnicas obsessivas e de desobsessão.
( ... ) “Na visita que Manoel Philomeno me permitiu fazer à Colônia em que ele se hospedava, levou-me a uma curiosa biblioteca. Mostrou-me como são arquivados os trabalhos gráficos que se fazem na Terra. Disse-me que, quando um escritor ou um médium, seja quem for, escreve algo que beneficia a Humanidade - no caso do escritor - é um profissional, mas, o que ele produz é edificante, nessa biblioteca fica inscrito, com um tipo de letra bem característico, traduzindo a nobreza do seu conteúdo. À medida que a mente, aqui, no planeta, vai elaborando, simultaneamente vai plasmando lá, nesses fichários muito sensíveis, que captam a onda mental e tudo imprimem.
“Quando a pessoa escreve por ideal e não é remunerado, ao se abrirem esses livros, as letras adquirem relevo e são de uma forma muito agradável à vista, tendo uma peculiar luminosidade. Se a pessoa, porém, o faz por ideal e estando num momento difícil, sofrido, mas ainda assim escreve com beleza, esquecendo-se de si mesma, para ajudar a sociedade, a criatura humana, ao abrir-se o livro, as letras adquirem uma vibração musical e se transformam em verdadeiros cantos, em que a pessoa ouve, vê e capta os registros psíquicos de quando o autor estava elaborando a tese. “O oposto também é verdadeiro.
( ... ) “Eis porque vale a pena, quando estamos desalentados e sofridos, não desanimarmos e continuarmos as nossas tarefas, o que lhes dá um valor muito maior. Porque o trabalho diletante, o desportivo, o do prazer, já tem, na própria ação, a sua gratificação, enquanto o de sacrifício e de sofrimento exige a abnegação da pessoa, o esforço, a renúncia e, acima de tudo, a tenacidade, para tornar real algo que gostaria que acontecesse, embora o esteja realizando por entre dores e lágrimas.”
Fonte :“Projeto Manoel P. de Miranda - Reuniões Mediúnicas”
- Dados Biográficos e “O Semeador de Estrelas”, de Suely Caldas Schubert, cap. 12 - ambos da Editora LEAL.

Auxilie o Remanso Fraterno

Auxilie o Remanso Fraterno
 
agenda
Data
28/12/2011
Outras Informações
Queridos irmãos e irmãs

Jesus conosco sempre.

O REMANSO FRATERNO obra que dá instrução a 220 crianças está precisando da ajuda urgente de todos nós.

Quem puder e quiser ajudar podera colaborar com doações através de depósito báncario.

Banco Itaú
Agência.: 6173
Conta corrente.: 50848-9
Em nome de Sociedade Espírita Fraternidade

Após o depósito favor enviar e-mail para sef@sef.org.br informando que o valor se destina ao REMANSO FRATERNO

FEP.

Curso Educação Mediúnica 1º ano FEESP - I


Curso Educação Mediúnica 1º ano FEESP - I

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CURSO DE EDUCAÇÃO MEDIÚNICA I

A F.E.E.S.P. tem em sua estrutura de ensino uma das mais longas e completas do mundo. Para caminharmos evoluindo desde os primeiro curso que é o CURSO PREPARATÓRIO até o último curso que é o Curso para Dirigentes e Monitores de Desenvolvimento prático Mediúnico, serão necessários mais que 12 anos de nossa vida terrestre.

Eles são bem dosados todos explanando, esclarecendo a Doutrina Espírita. Sempre começando dos mais simples e teóricos passando a seguir pelos mais complexos e práticos, exigindo do aluno no final não só um conhecimento teórico mas também inicialmente uma REFORMA ÍNTIMA para se equilibrar espiritualmente, e em seguida fornecendo material para que sigamos os passos de Jesus Cristo em sua exemplificação.

Ela possui as suas Casas Abençoadas dedicadas ao bem do próximo: Casa Transitória Fabiano de Cristo, Matriz I, Matriz II, o Lar Batuíra, sem contar mais ou menos 1.200 Centros Espíritas coligados no Estado de São Paulo, em que os Aprendizes do Evangelho podem iniciar os seus trabalhos práticos, podendo assim conseguir se tornar um Discípulo de Jesus. Qualquer dúvida vide em seu próprio site: www.feesp.org.br.

1ª. AULA

PARTE A - CONCEITO DE MEDIUNIDADE

Mediunidade é a faculdade que permite o intercâmbio entre o mundo físico e o espiritual.
"O dom da mediunidade é tão antigo quanto o muindo. Os profetas eram médiuns [...] Todos os povos tiveram seus médiuns. E as inspirações de Joana D'Arc nada mais eram que a voz dos Espíritos benfeitores que a dirigiam. Esse dom que hoje tanto se expande havia se tornado mais raro nos tempos medievais, mas jamais desapareceu" (LM 2a parte, Cap. XXXI, item 11).

O mediunismo (manifestação mediúnica em sua expressão empírica, natural) sempre esteve presente na história, mas as manifestações mediúnicas (mediunidade consciente, vista sob a ótica da racionalide ganharam um novo enfoque a partir do Espiritismo revivendo a visão cristã da mediunidade, perdida através dos tempos, e tornando-a um fenômeno mais consciente destituído de mistificações, quando examinada sob a ótica da racionalidade.

Os Espíritos comparam a atuação do médium à de instrumento, um intermediário. O intercâmbio mediúnico ocorre através do pensamento, é uma "ligação mental" estabelecida entre o Espírito comunicante e o Espírito do médium receptor. Dizem os Espíritos Erasto e Timóteo:"Com efeito, nossas comunicações com os Espíritos encarnados, diretamente, ou com os Espíritos propriamente ditos, se realizam unicamente pela irradiação do nosso pensamento» (L.M. 2a parte, Cap. XIX, item 225).

São os fluidos emitidos pelo Espírito que agem sobre o médium e sobre seus órgãos físicos, e são esses fluidos o veículo do pensamento. "O pensamento do Espírito encarnado age sobre os fluidos espirituais como o dos Espíritos desencarnados; ele se transmite de Espírito a Espírito pela mesma via, e, segundo seja bom ou mau, saneia ou vicia os fluidos secundantes" (GE., Cap. XIX item 17).

A semelhança de idéias, pensamentos e propósitos (ou intenções) é muito importante ao direcionar a emissão e recepção de fluidos. "A alma exerce sobre o Espírito comunicante uma espécie de atração ou repulsão, segundo o grau de semelhança ou dessemelhança entre eles. Ora, os bons têm afinidade com os bons e os maus com os maus ..." (L.M. 2a parte, Cap. XX, item 227).

Como os Espíritos se comunicam por pensamentos e não por palavras, e a sintonia se estabelece através da semelhança de propósitos, são idéias ou imagens que o Espírito emite em ligação com o médium, e que este capta conforme sua capacidade. Nessa ligação mental, o perispírito apresenta papel muito importante, pois ele é o elo material entre o Espírito e a matéria. "Pela sua união íntima com o corpo, o perispírito desempenha um papel preponderante no organismo; pela sua expansão, coloca o Espírito encarnado em relação mais direta com os Espíritos livres, e também com os Espíritos encarnados" (GE., Cap. Xiy item 17).

Através de André Luiz, podemos compreender melhor o aspecto específico da relação entre perispírito e corpo físico no fenômeno mediúnico, quando se refere à mediunidade espontânea que começa a aflorar no homem primitivo: "... os encarnados que demonstrassem capacidade mediúnica mais evidente, pela comunhão menos estreita entre as células do corpo físico e do corpo espiritual, em regiões do corpo somático, passaram das observações durante o sono, às observações da vigília [...] Quanto densos os elos entre os implementos físicos e espirituais nos órgãos da visão, mais amplas as possibilidades na clarividência, prevalecendo as mesmas normas ] clariaudiência e para modalidades outras ..." (Evolução em Dois Mundos, Cap. 17, pág. 134 - grifo nosso).

A mediunidade surge como o veículo utilizado pelos Espíritos para nos trazerem a Terceira Revelação. "O Espiritismo é a Terceira Revelação da lei de Deus. Mas não está personificado em ninguém, porque ele é o produto do ensinamento dado, não por um homem, mas pelos Espíritos, que são as vozes do céu, em todas as partes da terra e por inumerável multidão de intermediários" (E.S.E., Cap. l, item 6).

Em 1862, no Livro dos Médiuns, Kardec consolida a concepção da capacidade de comunicação entre o plano físico e espiritual como uma aptidão pertencente a todos. Introduz o conceito de mediunidade como uma faculdade abrangente e irrestrita, e não como um dom especifico destinado a poucos escolhidos. Desse modo, afirma: "toda pessoa que sente a influência dos Espíritos, em qualquer grau de intensidade, é médium. Essa faculdade é inerente ao homem. Por isso mesmo não constitui privilégio e são raras as pessoas que não a possuem pelo menos em estado rudimentar. Pode-se dizer, pois, que todos são mais ou menos médiuns" (L.M., 2a parte, Cap. XIV, item 159).

A confirmação de que todas as pessoas são passíveis de serem influenciadas pslos Espíritos se encontra no livro dos Espíritos, no seguinte trecho, onde se pergunta aos Espíritos sobre a possibilidade de sua interferência em nossa vida cotidiana:-"Os Espíritos influem sobre os nossos pensamentos e as nossas ações?- Nesse sentido a sua influência é maior do que supondes, porque muito frequentemente são eles que vos dirigem" L.E., livro segundo, Cap. XIX, item 459).

Apesar da generalização do conceito de mediunidade, o próprio codificador nos atenta ao fato que usualmente a utilização do termo médiuns "se aplica somente aos que possuem uma faculdade mediúnica bem caracterizada, que se traduz por efeitos patentes de certa intensidade, o que depende de uma organização mais ou menos sensitiva" (L.M., 2a parte, cap. XIV, item 159).

Kardec a coloca como uma faculdade desvinculada da necessidade da fé religiosa e relacionada à condição orgânica do médium: "Vimos pessoas completamente incrédulas ficarem espantadas de escreverem sem querer, enquanto crentes sinceros não o conseguiam, o que prova que essa faculdade se relaciona com predisposições orgânicas" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 209).

Também André Luiz ressalta as relações entre a moral e a mediunidade: "Forçoso reconhecer, todavia, que a mediunidade, na essência, quanto à energia elétrica em si mesma, nada tem que ver com os princípios morais que regem os problemas do destino e do ser. Dela podem dispor, pela espontaneidade com que se evidencia, sábios e ignorantes, justos e injustos, expressando-lhe, desse modo, a necessidade da condição reta, quanto a força elétrica exige disciplina a fim de auxiliar.

"A mediunidade, no entanto, é faculdade inerente à propria vida e, com todas as suas deficiências e grande acertos e desacertos, é qual o dom da visão comum, peculiar a todas as criaturas, responsável por tantas glórias, tantos infortúnios na Terra [...] Também a mediunidade não requisitará desenvolvimento indiscriminado, mas antes de tudo, aprimoramento da personalidade mediúnica e nobreza de fins, para que o corpo espiritual, modelando o corpo físico e sustentando-o, possa igualmente erigir-se filtro das Esferas Superiores, facilitando a ascensão da Humanidade aos domínios da luz" (Evolução em Dois Mundos, 17, pág. 136 e 137 - grifo nosso).

Do Evangelho Segundo o Espiritismo extraímos a seguinte citação que demonstra a relação entre o carater abrangente da mediunidade e seu objetivo maior, que seria o de auxiliar o aprimoramento moral do próprio médium, independente de suas condições específicas:
"Se o poder de comunicar-se com os Espíritos só fosse dado aos mais dignos, qual aquele que ousaria pretendê-lo? E onde estaria o limite da dignidade e da indignidade. A mediunidade é dada sem distinção, afim de que os Espíritos possam levar a luz a todas as camadas, a todas as classes da sociedade, ao pobre como ao rico; aos virtuosos, para os fortalecer no bem; aos viciosos, para os corrigir. Esses últimos não são os doentes que precisam de médico?

"Por que Deus, que não quer a morte do pecador, o privaria do socorro que pode tirá-lo da lama? Os bons Espíritos vêm assim em seu auxílio. E seus conselhos, que ele recebe diretamente, são de natureza a impressioná-lo mais vivamente, do que se os recebesse de maneira indireta. Deus, na sua bondade, poupa-lhe a pena de ir procurar a luz a distância, e lha mete nas mãos" (E.S.E., Cap. XIV, ítem 12).

E assim que percebemos a importância da preocupação do médium com suas qualidades morais para o bom exercício da mediunidade: o pensamento sintonizado com a moral evangélica e o comportamento adequado aos padrões cristãos são essenciais ao bom exercício mediúnico: "A nediunidade não implica necessariamente as relações habituais com os Espíritos superiores. E' simplesmente uma aptidão, para servir de instrumento, mais ou menos dócil, aos Espíritos em geral.

O bom médium não é, portanto, aquele tem facilidade de comunicação, mas o que é simpático aos Bons Espíritos e só por eles é assistido. É nesse sentido, unicamente, que a excelência das qualidades morais é de importância absoluta para a mediunidade" (E.S.E., Cap. Xiy item 12).

No Livro dos Médiuns, um verdadeiro tratado sobre mediunidade, o codificador ressalta também as peculiaridades da sensibilidade de cada médium: "Deve-se notar, ainda, que essa faculdade não se revela em todos da mesma maneira. Os médiuns têm, geralmente, aptidão especial para esta ou aquela ordem de fenômenos, o que os divide em tantas variedades quantas são as espécies de manifestações" (L.M., 2a parte, Cap. XI\Ç item 159).

No entanto, estabelece uma classificação geral que, apesar de não impor como absoluta, faz questão de reportar como de autoria inteiramente atribuída aos Espíritos. Diz ele que, levando em consideração as semelhanças entre causa e efeito, encontramos a divisão dos "médiuns em duas grandes categorias:

"Médiuns de efeitos físicos - Os que têm o poder de provocar os efeitos materiais ou as manifestações mais ostensivas.

"Médiuns de efeitos intelectuais - Os que são mais especialmente aptos a receber e a transmitir as comunicações inteligentes" (L.M., 2ª parte, Cap. XVI - "Quadro Sinótico", item 187).

Como exemplos de efeitos físicos teríamos a escrita reta, a materialização, a tiptologia (produção de ruído pancadas), etc. Entre os efeitos intelectuais teríamos a psicofonia, a psicografia, a audiência, a vidência, etc. Kardec ressalta também que "é às vezes difícil estabelecer o limite entre ambos, mas isso não acarreta nenhuma dificuldade. Incluímos na classificação de médiuns de efeitos intelectuais os que podem mais especialmente servir de instumentos para comunicações regulares e contínuas" (L. 2a parte, Cap. XVI, item 187).

Bibliografia:

O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XXXI item 11 - Allan Kardec
O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XIX item 225 - Allan Kardec
O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XX item 227 - Allan Kardec
O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XIV item 159 - Allan Kardec
O Livro dos Médiuns - 2.a Parte, Cap.XVII item 209 - Allan Kardec:
A Gênese - Cap. - XIV item 17 - Allan Kardec;
Evolução em Dois Mundos - Cap. 17 - André Luiz
O Evangelho Segundo o Espiritismo - Cap. I item 6 - Allan Kardec
O Livro dos Espíritos - Livro 2.° - Cap. XIX item 459 - Allan Kardec


PARTE B - AFINIDADE, APROXIMAÇÃO, ACEITABILIDADE, INCORPORAÇÃO

Kardec nos ensina como "a natureza das comunicações está sempre relacionada com a natureza do Espírito", mas ressalta que, "ao lado da aptidão do Espírito, existe a do médium, instrumento que é para ele mais ou menos cômodo, mais ou menos flexível, e no qual ele descobre qualidades particulares que não podemos apreciar" (L.M., 2a parte, Cap. XVI, item 185). E acrescenta: "... apesar da igualdade de condições quanto à potência mediúnica, o Espírito dará preferência a um ou a outro, segundo o gênero de comunicações que deseja transmitir" (L.M., 2a parte, cap. XVI, item 185).

No mesmo item, Kardec lembra que as aptidões do médium em sua vida atual nem sempre são determinantes na definição do conteúdo das mensagens que ele recebe. Assim, poetas podem não conseguir trazer mensagens mediúnicas em forma de poesia, enquanto que outros sem aptidão para conhecimentos científicos podem trazer comunicações sábias. De acordo com Kardec, ocorre o mesmo com o desenho, a música, etc.

Os fatores mais importantes no estabelecimento da ligação mediúnica são outros: os Espíritos "se comunicam dando preferência mais ou menos acentuada a este ou àquele médium, de acordo com as suas simpatias" (L.M., 2a par-:e, Cap. XVI, item 185). As qualidades do médium são essenciais para que haja afinidade entre o médium e espírito comunicante: "é a intenção, o pensamento íntimo, o sentimento mais ou menos louvável de quem interroga o Espírito" (L.M., 2ª parte, Gap. XVI, item 186).

A afinidade é obtida através da sintonia do Espírito com os pensamentos, comportamentos, emoções e palavras emitidos pelo médium costumeiramente. Daí, inferimos a importância do conhecimento evangélico-doutrinário do médium, da sua sinceridade de propósitos, dos tipos de pensamentos que emite no dia-a-dia, do seu interesse pelo desenvolvimento das virtudes e pela eliminação dos defeitos e vícios. Como vimos, nossos pensamentos e emoções impregnam os fluidos, e são os fluidos que nós emitimos que atraem outros fluidos semelhantes, permitindo um maior ou menor equilíbrio do médium.

A semelhança de pensamentos e propósitos (ou intenções) é muito importante para o médium captar os fluidos da espiritualidade. Como os Espíritos se comunican pensamentos e não por palavras, são idéias ou imagen o Espírito emite em ligação com o médium e que capta conforme sua capacidade. Pode haver também maior afinidade entre Espíritos em que haja envolvimento emocional (outras existências, amizade, simpatia, etc.) esse tipo de envolvimento não é essencial para que ocorra a ligação mental.

Sendo assim, o médium iniciante deve buscar estabelecer comunicações com um Espírito determinado, pois "...ocorre, frequentemente, que não seja este que as relações fluídicas se estabeleçam com mais facilidade, por maior simpatia que lhe devote" (L.M., 2a Cap. XVII, item 203 - grifo nosso). Outras questões também influenciam na ligação mediúnica. Entre elas, pode-se citar as condições de aproximação da entidade comunicante. Somente haverá comunicação verdadeiramente mediúnica se houver um Espírito disposto a transmiti-la, e para que os bons Espíritos se manifestem em um trabalho é necessário que o ambiente seja devidamente preparado.

Kardec nos ensina que as reuniões sociais comuns são diferentes das reuniões mediúnicas, e que estas, "para se obterem resultados desejáveis requerem condições especiais" (L.M., 2a parte, Cap. XXIX, item 324). Nisso influirá também o caráter do objetivo da reunião: reuniões para assuntos frívolos atrairão espíritos frívolos; reuniões com objetivos sérios atrairão Espíritos sérios.

O padrão vibratório também é importante entre os fatores que auxiliam a aproximação. O padrão vibratório é consequência dos tipos de fluidos ou pensamentos emitidos no momento do trabalho, e que vão direcionar a sintonia do médium com o Espírito comunicante. Para melhorar o seu padrão vibratório, o médium deverá resguardar-se de pensamentos inferiores pelo menos no dia do trabalho, preparar-se com preces e leituras evangélicas, evitar brigas e desentendimentos, enfim, manter uma conduta irrepreensivel. Daí a importância do "Orai e vigiai" e da "Reforma Intima" como fatores de equilíbrio.

Portanto, o médium desequilibrado dificulta a comunicação com Espíritos, pois com o perispírito desequilibrado, também não é possível estabelecer uma ligação mediúnica plena com a espiritualidade. Podemos também acrescentar a disposição do médium em servir-se de intermediário, sua aceitabilidade. O medo ou a insegurança do médium podem dificultar o intercâmbio mediúnico. O médium deve confiar que a prepa do ambiente e os bons propósitos da reunião atrairão espíritos sérios e bem-intencionados, e deve deixar-se envolver pelos fluidos da entidade comunicante.

Para servir de trumento fiel da espiritualidade, o médium deve praticar a humildade, "calando-se" mentalmente para que o Espírito possa manifestar-se através dele. Contudo, o médium não deve se entregar ao primeiro Espírito que vier, apena; estabelecer um contato mediúnico: A dificuldade encontrada da pela maioria dos médiuns iniciantes é a de ter que com Espíritos inferiores'" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, 211 - grifo nosso).

Ainda sobre a passividade, Edgard Armond destaca o papel do médium para a aceitação da ligação perispiritual; ''Natural, pois, e mesmo necessário,, que haja passividade no ato funcional mediúnico e atividade e consciência plenas fora desse ato" (Mediunidade, segunda parte; Cap. 22: "O Desenvolvimento" - grifo nosso). De acordo com o autor, a passividade desejável não é a nulidade de desejos e decisões, não representa a sujeição do médium ao plano espiritial. O médium não é escravo da espiritualidade, mas deve controlar e disciplinar suas emoções para entregar-se cientemente e com segurança quando for o caso. O próprio Armond adverte quanto ao perigo da extrema passidade: "A passividade cega entrega os médiuns à influência de forças e entidades de todas as classes e esferas, indiscriminadamente, e isso é altamente nocivo" (Mediunidade, 2ª parte - Cap. 22: "O Desenvolvimento").

Todos esses fatores são predisposições necessárias à incorporação. A partir destes pré-requisitos, o circuito mediúnico poderá se completar e o médium poderá transmitir a mensagem do plano espiritual como um verdadeiro intermediário. Podemos concluir lembrando-nos novamente de Kardec, que afirma: "Para que uma comunicação seja boa, é necessário que provenha de um Espírito bom. Para que esse Espírito bom possa transmití-la, é necessário que o objetivo lhe convenha" (L.M. Cap. XVI, item 186)

BIBLIOGRAFIA:

O Livro dos Médiuns - 2ª parte, Cap. XVI ítem 185 - Allan Kardec
O Livro dos Médiuns - 2ª parte, Cap. XVI item 186 - Allan Kardec
O Livro dos Médiuns - 2ª parte, Cap. XVII intesn 203-211 - Allan Kardec
O Livro dos Médiuns - 2ª parte, Cap. XXIX item 324 - Allan Kardec

QUESTIONÁRIO:

A - CONCEITO DE MEDIUNIDADE

1 - Que é mediunidade?
2 - Como se classificam os fenômenos mediúnicos?
3 - O médium é sempre um Espírito evoluído?
4 - Por que se diz que todos os homens são médiuns?
5 - A mediunidade existe apenas nos jovens?

B - AFINIDADE, APROXIMAÇÃO, ACEITABILIDADE, INCORPORAÇÃO

1 - O que é afinidade?
2 - Qual o fator mais importante, para que seja feita uma ligação mediúnica?
3 - O médium deve manter comunicação apenas com um Espírito determinado? Por quê?
5 - O que é padrão vibratório? E como conseguir elevá-lo?

C - DESENVOVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

A - PREPARAÇÃO DE AMBIENTE: CONCENTRAÇÃO

PREPARAÇÃO DO AMBIENTE: O treinamento mediúnico em sua parte prática objetiva a manifestação de faculdades psíquicas. Deve-se, então, auxiliar na sua eclosão, orientá-las, ampliá-las, educá-las, etc.. envolvendo providências e ações de natureza intelectual, moral e técnica.

O caráter intelctual é aquele que obriga o médium a instruir-se na Doutrina Espírita, da qual deverá ser um exemplificador e um arauto capacitado e não um agente inculto, que age por fé cega e fanática.

O caráter moral - que é essencial, para se obter êxito na tarefa mediúnica - é aquele que exige evangelização e reforma íntima, para fazer do médium um expoente, assegurar-lhe comunhão permanente com esferas espirituais elevadas e autoridade moral na exemplificação pessoal.

O técnico se refere ao adestramento das faculdades, para que o médium saiba agir com eficiência, adquira flexibilidade mediúnica e autocontrole em todas as circunstâncias.

Faculdades mediúnicas eclodidas sem educação, sem treinamento mediúnico, são como carro desgovernado sujeito a bater no primeiro poste que apareça na frente.

A mediunidade pode ser desenvolvida. Existe todo um processo a ser elaborado pelos participantes que exige esforço, paciência, disciplina, vontade, perseverança, determinação, amor, etc..

A educação mediúnica visa, sobretudo, eliminar vícios ou outros hábitos que, porventura, os futuros trabalhadores possam ter.

É indispensável a preparação prévia do ambiente, local onde serão trabalhadas energias de vários matizes, para a criação de um campo vibratório magnético adequado, que facilite a tarefa dos instrutores, orientadores e protetores espirituais.

Quanto mais homogêneos forem o pensamento, o sentimento e a vontade direcionados para o Bem, mais fácil e proveitosa será a manifestação do Plano Espiritual. Complementa-se a preparação do ambiente propriamente dita, plasmando as proteções fluídicas ao redor do ambiente.

CONCENTRAÇÃO: Concentrar é fixar o pensamento num ponto definido, é focalizar toda a atenção sobre um pensamento, um objeto ou uma ação determinada. De início, a concentração é difícil, pois é necessário lutar contra uma série de obstáculos: pensamentos intrusos, o assédio de impressões de toda ordem e a todo instante.

Concentrar-se não é pensar consecutivamente, é simplesmente ligar-se ao objeto do pensamento, não raciocinando sobre ele. No campo espiritual, a concentração facilita o intercâmbio com o plano espiritual uma vez que o médium fecha sua mente para o plano físico.

2ª AULA

PARTE A - O FLUIDO CÓSMICO (OU UNIVERSAL) E SEUS DERIVADOS

Os Espíritos confirmaram que a mesma matéria elementar é suscetível de passar por todas as modificações e adquirir todas as propriedades, acrescentando ainda que "tudo está em tudo" (L.E., livro I, Cap. 2, perg. 33 ). O fluido universal é a matéria, primitiva. "Ele está colocado entre o Espírito e a matéria" (L.E., livro I, ( perg. 27), exercendo o papel de intermediário, para que o Espírito possa atuar de alguma forma sobre ela. Através dos fluidos, em suas inumeráveis combinações com a matéria, os Espíritos podem produzir uma infinita variedade de coisas. Ele, "sendo o agente de que o Espírito se serve, é o princípio sem o qual a matéria permaneceria em perpétuo estado de dispersão, e não adquiriria jamais as propriedades que a gravidade lhe dá" (L.E., livro I, Cap. 2, perg. 27).

"Como princípio elementar universal, oferece dois estados distintos: o de eterização ou de imponderabilidade, que se pode considerar como o estado normal primitivo, e o de materialização ou de ponderabilidade [...] O intermediário é o da transformação do fluido em tangível; porém, ainda neste assunto, não há uma transição brusca, pois podem-se considerar nossos fluidos imponderáveis como um termo médio entre os dois estados" (GE., Cap. XIV, item 2).

Cada um desses estados dá lugar a fenômenos especiais: os do mundo visível - fenômenos materiais, que são da alçada da ciência propriamente dita - e os do mundo invisível, chamados fenômenos espirituais ou psíquicos - objetivo principal da atenção do Espiritismo. Diz André Luiz que, na criação, do macro ao micro, percebemos as "manifestações da Eterna Sabedoria que mobiliza agentes incontáveis para a estruturação de sistemas e formas, em variedade infinita de graus e fases, e entre o infinitamente pequeno e o infinitamente grande surge a inteligência humana, dotada igualmente da faculdade de mentalizar e co-criar empalmando, para isso, recursos intrínsecos à vida ambiente". (Mecanismos da mediunidade, Cap. IV, pág. 43).

É onde os poderes do Espírito se manifestam. Das inumeráveis modificações do fluido universal surge o chamado fluido elétrico, ou fluido elétrico animalizado, fluido magnético, princípio ou fluido vital, etc... "O perispírito, ou corpo fluídico dos Espíritos, é um dos produtos mais importantes do fluido cósmico; é uma condensação desse fluido em torno de um foco inteligente ou alma" (GE, Cap. XIV, item 7).

Como "os Espíritos extraem o seu perispírito do ambiente em que se encontram, o que quer dizer que esse envoltório é formado de fluidos ambientais; daí resulta que os elementos constitutivos do perispírito devem variar segundo os mundos (GE, Cap. XIV, item 8).

É por isso que a constituição íntima do perispírito não é idêntica em todos os Espíritos encarnados ou desencarnados. Com a evolução moral do Espírito, seu perispírito se modifica em cada encarnação, tornando-se mais sutil e eterizado. O princípio ou fluido vital é a causa da animalização da matéria. Pode-se dizer que ele é efeito e causa, pois, "a vida é um efeito produzido pela ação de um agente sobre a matéria. Esse agente, sem a matéria, não é vida, da mesma forma que a matéria não pode viver sem ele. É ele que dá vida a todos os seres, que o absorvem e assimilam" (LE, livro I, Cap. 4, perg. 62 e 63).

A vitalidade, portanto, é uma propriedade especial da matéria universal, devida a certas modificações desta. Não é um atributo permanente do agente vital, mas se desenvolve com o corpo. É necessária a união entre ambos para produzir a vida. Pode-se dizer que a vitalidade permanece latente, enquanto que o agente vital ainda não se uniu ao corpo.

"O conjunto dos órgãos constitui uma espécie de mecanismo, impulsionado pela atividade íntima ou princípio vital que neles existe. O princípio vital é a força motriz dos corpos orgânicos. Ao mesmo tempo que o agente vital impulsiona os órgãos, a ação destes entretém e desenvolve o agente vital, mais ou menos como o atrito produz o calor" (LE, livro i, Cap. 4, comentário de Kardec na perg. 67a).

Os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais, manipulando-os por meio do pensamento e da vontade. "Pelo pensamento, eles imprimem a tais fluidos esta ou aquela direção; eles os aglomeram, os combinam ou os dispersam; com eles formam conjuntos que tenham uma aparência, uma forma, uma cor determinadas; mudam suas propriedades (...) É a grande oficina ou laboratório, da vida espiritual (...) basta o Espírito pensar numa coisa para que tal coisa se produza, assim como basta modular uma ária para que a música repercuta na atmosfera" (GE, Cap. XIV, item 14).

O pensamento dos Espíritos pode, pois, modificar as propriedades dos fluidos, e esta ação gera consequências de uma importância direta e capital para os encarnados. Os fluidos, originalmente neutros, ao se tornarem veículo do pensamento, ficam impregnados das qualidades boas ou más dos pensamentos que os põem em vibração. Segundo tais circunstâncias, estas qualidades são temporárias ou permanentes, os que os tornam mais especialmente próprios para a produção de determinados efeitos.

Sob o aspecto moral, os fluidos trazem o cunho dos sentimentos exteriorizados de ódio, inveja, ciúme, orgulho, egoísmo, violência, hipocrisia, bondade, benevolência, amor, caridade, doçura, etc.. Com respeito ao lado físico, são excitantes, calmantes, penetrantes, adstringentes, irritantes, suavizantes, soporíferos, narcóticos, tóxicos, reparadores, expulsores, etc...

O quadro dos fluidos seria, pois, o de todas as paixões, virtudes e vícios da humanidade, e os das propriedades da matéria correspondentes aos efeitos que produzem. O perispírito desempenha um papel preponderante no organismo, pois, por sua expansão, põe o Espírito encarnado em comunicação mais direta com os Espíritos livres e com outros encarnados. Sendo o perispírito dos encarnados de natureza idêntica à dos fluidos espirituais, ele os assimila com facilidade. Esses fluidos têm sobre o perispírito uma ação direta, quando este, por expansão e por irradiação, mistura-se com eles. É, portanto, necessário que haja sintonia vibratória.

O perispírito, por sua vez, age sobre o organismo material com o qual está em contato molecular. Se os eflúvios forem de natureza boa, o corpo sente uma impressão salutar. Se forem maus, a impressão é penosa. Se os fluidos maus forem permanentes e fortes, poderão determinar perturbações físicas. Ambientes desajustados estão impregnados de maus fluidos, que são absorvidos pelo perispírito, assim como miasmas pestilentos são absorvidos pelo corpo físico.

Não podemos esquecer que a irradiação fluídica, quer seja expressa através de palavras, de ações, ou não, nem por isso deixa de existir, e atua sempre no meio onde é produzida. O pensamento produz um tipo de efeito físico que reage sobre o moral. O homem o sente instintivamente, visto que procura as reuniões homogêneas e simpáticas, nas quais encontrará novas forças morais.

Como, pois, evitar a influência dos maus? O meio é muito simples, pois depende da própria pessoa. Os fluidos se unem devido à similitude de suas naturezas. Fluidos dissemelhantes se repelem. Há incompatibilidade entre os bons e maus fluidos. À invasão dos maus fluidos é preciso, pois, oporem-se os bons fluidos. E, como cada um tem no próprio perispírito uma fonte fluídica permanente, carrega consigo mesmo o remédio, criando forças repulsoras às más influências.

O perispírito é, portanto, uma couraça à qual é mister que se dê a melhor têmpera possível. As qualidades do perispírito são proporcionais às da alma. É, então, necessário trabalhar pelo melhoramento próprio, porquanto são as imperfeições da alma que atraem os maus fluidos.

PARTE B - ATRAÇÃO E REPULSÃO

Kardec deixa claro a importância do pensamento em nossas vidas: "Possuímos em nós mesmos, pelo pensamento e a vontade, um poder de ação que se estende muito além dos limites de nossa esfera corpórea" (LE, Livro III, Parte, IV, nota de Kardec à questão 662). São os nossos sentimentos e pensamentos que nos colocam em sintonia com os Espíritos, daí a importância de vigiarmos nossos pensamentos para que possamos atrair bons Espíritos e repelirmos os Espíritos inferiores mal-intencionados.

"Os bons Espíritos simpatizam com os homens de bem, ou suscetíveis de se melhorar; os Espíritos inferiores, com os homens viciosos ou que podem viciar-se; daí o seu apego, resultante de semelhança de sensações" (LE, Livro II, Cap. IX, parte V, questão 484).

Kardec perguntou aos Espíritos se o homem pode se afastar da influência dos Espíritos que o incitam ao mal, e obteve como resposta: "Sim, porque eles só se ligam aos que os solicitam por seus desejos ou os atraem por seus pensamentos". (LE, Livro II, Cap. IX, parte I, questão 467).

Emmanuel nos explica: "Precisamos compreender (...) que os nossos pensamentos são forças, imagens, coisas e criações visíveis e tangíveis no campo espiritual. "Atraímos companheiros e recursos, de conformidade com a natureza de nossas idéias, aspirações, invocações e apelos. "Energia viva, o pensamento desloca, em torno de nós, forças sutis, construindo paisagens ou formas e criando centros magnéticos ou ondas, com os quais emitimos a nossa atuação ou recebemos a atuação dos outros (...).

"Mentes enfermiças e perturbadas assimilam as correntes desordenadas do desequilíbrio, enquanto que a boa vontade e a boa intenção acumulam os valores do bem" (Emmanuel em Roteiro, cap. 28, "Sintonia", pag. 120). "Se o homem pudesse contemplar com os próprios olhos as correntes de pensamento, reconheceria, de pronto, que todos vivemos em regime de comunhão, segundo os princípios de afinidade".

"A associação mora em todas as coisas, preside a todos os acontecimentos e comanda a existência de todos os seres (...) "Assimilamos os pensamentos daqueles que pensam como pensamos. É que sentindo, mentalizando, falando ou agindo, sintonizamo-nos com as emoções e idéias de todas as pessoas, encarnadas ou desencarnadas, da nossa faixa de simpatia. Estamos invariavelmente atraindo ou repelindo recursos mentais que se agregam aos nossos, fortificando-nos para o bem ou para o mal, segundo a direção que escolhemos (...).

"O desejo é a alavanca de nosso sentimento, gerando a energia que consumimos, segundo a nossa vontade. Quando nos detemos nos defeitos e faltas dos outros, o espelho de nossa mente reflete-os de imediato, como que absorvendo as imagens deprimentes de que se constituem, pondo-se nossa imaginação a digerir essa espécie de alimento, que mais tarde se incorpora aos tecidos sutis da alma" (Emmanuel em Pensamento e Vida, cap. 8, pág. 39).

"Os médiuns, em qualquer região da vida, filtros que são de rogativas e respostas, precisam, pois, acordar para a realidade de que viveremos sempre em companhia daqueles que buscamos, de vez que, por toda parte, respiramos ajustados ao nosso campo de atração" (Emmanuel em Roteiro, cap. 35 "Entre as Forças Comuns", pg. 150).

Muitos dos que se perdem nos desvios do caminho, enveredendo nas zonas escuras dos excessos, exclamam que atendem às fatalidades do mundo, mas amanhã estarão com Jesus. Continua aquele Educador Espiritual: "Todos os aprendizes dessa classe desconhecem que a vida em Cristo é equilíbrio justo, encarnando-lhe os sentimentos e os desígnios em todas as linhas do serviço terrestre" (Vinha de Luz, lição 148).

O mesmo autor espiritual completa seu pensamento em outra lição: "Dia surge, porém, no qual o homem reconhece a grandeza do templo vivo em que se demora no mundo e suplica o retorno a ele, como trabalhador faminto de renovação, que necessita de adequado instrumento à conquista do abençoado salário do progresso moral para a suspirada ascensão às Esferas Divinas" (Emmanuel Roteiro, cap. 3, "O Santuário Sublime", pág. 21).

Conforme os próprios Espíritos, a lei de atração e repulsão que rege da estrutura atômica a todo Universo, nada mais é que uma modalidade da lei maior: "Amai-vos uns aos outros, eis a lei divina, lei pela qual Deus governa os mundos. O amor é a lei de atração para os seres vivos e ironizados, e a atraçao é a lei do amor para a matéria orgânica" (LE, livro III, Cap. XI, parte III, questão 888). E' portanto a lei de amor, a lei maior, conforme Jesus nos ensinou, um guia para a nossa evolução, quando nos leva a amar ao próximo cada vez mais.

BIBLIOGRAFIA:

Pensamento e vida - cap. 8 - Emmanuel
Roteiro - Cap. 28 - Emmanuel
O Livro dos Espíritos - Livro III - questão 662 - Allan Kardec
O Livro dos Espíritos - Livro II - questão 484 - Allan Kardec
O Livro dos Espíritos - Livro III - questão 467 - Allan Kardec

QUESTIONÁRIO:

A - O FLUÍDO CÓSMICO OU UNIVERSAL E SEUS DERIVADOS:

1 - Que quer dizer "tudo está em tudo"?

2 - O que é fluido universal?

3 - Quais os dois estados dos fluídos? Explique cada um deles.

4 - O que é Princípio Vital?

5 - De que forma os Espíritos atuam sobre os fluidos espirituais?

B - ATRAÇÃO E REPULSÃO

1 - O que significa "Orar e Vigiar"?

2 - De que maneira o homem pode afastar-se da influência dos Espíritos Inferiores?

3 - Como Emmanuel explica o "pensamento"?

4 - O que quer dizer "Vivemos em companhia daqueles que buscamos"?

5 - O que representa "a vida em Cristo"?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

PREPARAÇÃO DE AMBIENTE.

CONCENTRAÇÃO

IDEM Á AULA ANTERIOR

3ª. AULA

PARTE A - O MÉDIUM, SUA SENSIBILIDADE, DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

Kardec inicia O Livro dos Médiuns com a seguinte observação: "muito natural o desejo dos que se dedicam ao Espiritismo, de entrarem pessoalmente em comunicação com os Espíritos" (E.M., "Introdução"); e complementa, expressando um de seus objetivos: "... indicar os meios de desenvolvimento da mediunidade em quem a possui, segundo as possibilidades de cada um, e sobretudo orienta o seu emprego de maneira proveitosa".

Tentando definir mediunidade, poder-se-ia interpretá-la como uma faculdade humana, natural, através da qual se estabelecem relações entre os homens e os Espíritos -sendo o médium o intermediário entre os dois planos. Discutindo sobre a inspiração, Kardec diz que "recebemos a inspiração dos Espíritos para o bem e para o mal [...] Nesse sentido pode-se dizer que todos são médiuns, pois não há quem não tenha os seus Espíritos protetores e familiares, que tudo fazem para transmitir bons pensamentos aos seus protegidos" (L.M., 2° parte, Cap. XV, item 182).

Ainda sobre a mediunidade de inspiração, Kardec coloca que "trata-se de uma variedade da intuitiva" (L.M., 2° parte, Cap. XV, item 182), o que nos permite afirmar que a intuição é a base de todas as mediunidades. Embora a mediunidade apresente um caráter específico em cada médium, Kardec ressalta a existência de pontos em comum, como a "capacidade de sentir a presença dos Espíritos, por uma vaga impressão, uma espécie de arrepio geral que elas mesmas não sabem o que seja. Esta variedade não apresenta caráter bem definido. Todos os médiuns são necessariamente impressionáveis, de maneira que a impressionabilidade é antes uma qualidade geral do que específica: é a faculdade rudimentar indispensável ao desenvolvimento de todas as outras" (L.M., 2a parte, Cap. XIV, item 164).

Acrescenta que "essa faculdade se desenvolve com o hábito e pode atingir uma sutileza que a pessoa dotada conhece, pela sensação recebida, não só a natureza boa ou má do Espírito que se aproximou, mas também a sua "idividualidade..." (L.M., 2a parte, Cap. XIV, item 164). Quando Kardec coloca que a mediunidade "se relaciona com predisposições orgânicas" (veja L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 209 e cap. XX, item 226, 1a questão), está se referindo à capacidade de expansão entre o perispírito e o corpo físico: "O desenvolvimento da faculdade mediúnica da natureza mais ou menos expansível do perispírito do médium e da assimilação deste mais ou menos fácil com o dos Espíritos" (O.P, "Manifestações dos Espíritos", parágrafo 6, n.° 34).

O desenvolvimento mediúnico propriamente dito ocorre quando o médium amplia a sua sensibilidade, voltando-a em direção às percepções originadas no plano espiritual. Já a educação mediúnica, objetiva transformar individualmente o médium, preparando-o para intervir positivamente na sociedade contribuindo para o progresso cultural da Humanidade e para o seu próprio aperfeiçoamento espiritual, Assim, a mediunidade é uma faculdade que poderá ser estudada, conhecida com uma profundidade maior, vivenciada na prática - sob o controle e intensidade devidamente dosados através das aulas práticas -, e treinada para um uso disciplinado.

O aperfeiçoamento da faculdade leva à ampliação de suas possibilidades de uso, embora dentro das capacidades inerentes a cada um. Desenvolver e educar são, portanto, processos paralelos e interagentes, dois aspectos principais da ampliação consciente das potencialidades do homem. Kardec ressalta que não há sinais físicos, não há fórmula sacramental ou "ginástica física" para diagnosticar o tipo de mediunidade ou desenvolvê-la. Do mesmo modo, "a fé não é condição obrigatória para o iniciante. Ela secunda os esforços, não há dúvida, mas não é indispensável. A pureza de intenção, o desejo e a boa vontade bastam" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item - 209).

O médium iniciante também não deve preocupar-se com a interferência de seu próprio pensamento numa comunicação mediúnica. Se o médium não for mecânico: ... não deve hesitar em escrever o primeiro pensamento que lhe for sugerido, nem inquietar-se se é dele ou de outro: a experiência lhe ensinará a fazer distinção (...) Dissemos acima que há casos nos quais é indiferente saber se o pensamento provém do médium ou de um Espírito. Isso acontece, sobretudo, quando um médium puramente intuitivo ou inspirado realiza por si mesmo um trabalho de imaginação. Pouco importa que então se atribua um pensamento que lhe foi sugerido. Se boas idéias lhe ocorrem, que as agradeça ao seu bom gênio, e lhe sugerirá outras. Essa é a inspiração dos poetas, dos filósofos e dos cientistas" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 215).

Sobre os médiuns intuitivos, Kardec aleita que pode reconhecer o pensamento que lhe é sugerido pelo Espírito "pela razão de não ser jamais preconcebido, surgindo na proporção em que escreve, e muitas vezes ser mesmo contrário à idéia que se formara a respeito do assunto" (L.M., 2a parte, Cap. XV, item 181). Discorrendo sobre o desenvolvimento da psicografïa, Kardec define alguns aspectos essenciais para serem utilizados na formação segura de todos os tipos de mediunidade:

* Elevação moral: "A primeira precaução é armar-se o médium de uma fé sincera, sob a proteção de Deus, pedindo assistência de seu anjo guardião. Este é sempre bom, enquanto os Espíritos familiares, simpatizando com as boas ou más qualidades do médium, podem ser levianos ou até mesmo maus" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 211); e complementa: "... a evocação deve sempre ser feita em nome de Deus" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 203).

* Conhecimento: "A segundo precaução é dedicar-se com um escrupuloso cuidado a reconhecer, por todos os indícios que a experiência oferece, a natureza dos primeiros Espíritos comunicantes [...] eis porque o estudo prévio da teoria é indispensável " (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 211).

* Concentração: "Mais importante a se observar, do que a maneira de fazer o apelo, é a calma e o recolhimento que se deve ter, juntos a um desejo ardente e uma firme vontade de êxito. Por vontade, não entendemos aqui uma desejo efêmero e inconsequente, a cada minuto interrompido por outras preocupações; mas uma vontade séria, perseverante, e sustentada sem impaciência nem ansiedade. O recolhimento é favorecido pela solidão, pelo silêncio e o afastamento de tudo o que possa causar distrações" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 204 ).

* Mentores: "O concurso de um guia experimentado, é também muito útil, e algumas vezes [...] seu papel é de um professor..." (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 206).

* Grupos: "Um outro meio que pode também contribuir poderosamente para o desenvolvimento da faculdade consiste em reunir um certo número de pessoas, todas animadas do mesmo desejo e da mesma intenção. Todas, guardando absoluto silêncio, num recolhimento religioso... Uma delas pode também fazer, sem designação especial e por todos os membros da reunião, um apelo geral aos Espíritos bons..." (L.M., 2a parte, Cap. XVII, irem 207), com intenções e força aumentadas pelo concurso magnético do conjunto.

Quanto ao médium desenvolvido, "seria um grande erro de sua parte considerar-se dispensado de novas instruções. Ele só teria vencido uma resistência material, e é então que começam as verdadeiras dificuldades. Mais do que nunca necessitará dos conselhos da prudência e da experiência, se não quiser cair nas mil armadilhas que lhe serão preparadas. Se quiser voar muito cedo com suas próprias asas, não tardará em ser enganado pelos Espíritos mentirosos que procurarão explorar-lhe a presunção" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 216).

"Uma vez desenvolvida a faculdade, o essencial para o médium é não abusar dela [...] E' conveniente, portanto, que só a utilizem nos momentos oportunos, e não a todo instante. Os Espíritos não estão constantemente às suas ordens e eles correm o risco de serem enganados pelos mistificadores. É bom escolherem dias e horas determinados para a prática mediúnica, de maneira a se prepararem com maior recolhimento, e para que os Espíritos que desejam comunicar-se estejam prevenidos e também se coloquem em melhores disposições" (L.M., 2a parte, Cap. XVII, item 217).

Quanto ao médium iniciante, André Luiz complementa: "Quanto mais se lhe acentuem o aperfeiçoamento e a abnegação, a cultura e o desinteresse, mais se lhe sutilizam os pensamentos, e, com isso, mais se lhe aguçam as percepções mediúnicas, que se elevam a maior demonstração de serviço, de acordo com as suas disposições individuais" (Mecanismos da Mediunidade, Cap. XVIII, pág. 133).

Bibliografia:

Roteiro Cap. 36 - Emmanuel
Missionários da, Luz Cap. 3 - André Luiz
O Livro dos Médiuns 2.° Parte Cap. XV, XIV, XVII, XX
Mecanismos da Mediunidade Cap. XVIII

PARTE B - EVANGELIZAÇÃO DO MÉDIUM


Explica-nos Emmanuel, que "a mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador" (O Consolador, perg. 382). Vimos também que o atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal e elemento renovador da posição moral da criatura terrena, por isso todos são médiuns das forças invisíveis.

Sabemos que todos possuem a faculdade mediúnica em maior ou menor grau, porque a origem humana é a mesma, tem a mesma constituição orgânica e caminha para o mesmo fim. A doutrina espírita esclarece que a morte física não expressa sublimação; é apenas passagem de um plano para outro. Não se pode, assim, admitir que o desenvolvimento mediúnico constitua por si só, credencial de superioridade, mas sim um meio para melhor servir. Daí, a necessidade do aprimoramento pessoal como condição primária de êxito, em qualquer tarefa de intercâmbio.

Mas é necessário reconhecer que na esfera da mediunidade, cada servidor se reveste de características próprias. O conteúdo sofrerá sempre a influenciação do entendimento e vocabulário do médium. Essa é a lei de intercâmbio. Mediunidade, pois, para o serviço das revelações espirituais, reclama estudo constante, perseverança, determinação e devotamento ao bem para o indispensável enriquecimento em ciência e virtude. Sendo assim, o Evangelho é poderoso auxiliar no desenvolvimento mediúnico.

A REFORMA ÍNTIMA, sua pedra de toque. E é na oração e na humildade que o médium alcançará maiores bênçãos e refazimento. "Algumas pessoas, impacientes com o seu desenvolvimento mediúnico, que acham muito lento, lembram-se de pedir o auxílio de qualquer Espírito, mesmo que seja mau, contando mandá-lo embora depois [...] Sabemos das que foram punidas em sua presunção, julgando-se fortes para afastá-los à vontade, por anos de obsessão de toda espécie, pelas mistificações mais ridículas, por uma fascinação tenaz, ou mesmo por desastres materiais e pelas mais cruéis decepções" (L.M., 2a parte, Cap. XIV, item 212).

O benfeitor espiritual é o mensageiro das revelações do conhecimento da vida maior, no inter-relacionamento com o mundo corpóreo. O homem é o veículo de sua presença e intervenção. Não podemos esquecer que o serviço do bem exige esforço e boa vontade, vigilância e compreensão daquele que o executa, a fim de que cresça e beneficie a todos; porém, se o médium se encontra mergulhado no desespero ou no desalento, na indisciplina ou no abuso, como desempenhar a função de intermediário das mensagens e revelações?

Diz André Luiz: "cada mente é verdadeiro mundo de emissão e recepção, e cada qual atrai os que se lhe assemelham". Assim, o bom médium é aquele que está disposto a servir sem exigências, e a sua dotação mediúnica se revela pela apurada sensibilidade espiritual, acompanhada de uma melhor disposição física que facilite registrar a presença dos Espíritos. O desenvolvimento mediúnico se dá ao longo da vida, naturalmente. Na criatura com tarefas dentro do campo da mediunidade, desde logo aparecem os sinais no seu caminho.
Preparado o médium, o serviço aparece.

O médium espírita é um ser humano como qualquer outro, sem maiores méritos ou prerrogativas adicionais; o que deve diferenciá-lo dos demais é o seu esforço em se moralizar. Suas obrigações sociais não podem ser menosprezadas: cuidar da família e da própria subsistência, é um princípio de vida digna. Deve acautelar-se contra a lisonja e os elogios de ordem pessoal, evitar os agradecimentos, pagamentos ou retribuições por qualquer prestação de serviço caritativo. Fazer o bem pelo simples prazer de o praticar e ter como lema: "fora da caridade não há salvação".

Diz Emmanuel (Roteiro - lição 36) que "a bondade e o entendimento para com todos representam o roteiro único para crescermos em aprimoramento dos dons psíquicos de que somos portadores, de modo a assimilarmos as correntes santifícantes dos planos superiores, em marcha para a consciência cósmica".

Recomenda-se, por fim, a leitura e meditação de "História do médium", contida em Novas Mensagens do Espírito Humberto de Campos, psicografado por Francisco Cândido Xavier.

Questionário

A - O MÉDIUM, SUA SENSIBILIDADE, DESENVOLVIMENTO MEDIÚNICO

1 - O que significa "todos são médiuns"?

2 - Como se distingue um bom médium?

3 - Deve-se forçar o desenvolvimento da mediunidade?

4 - Qual o objetivo da "educação mediúnica"?

5 - Quais os aspectos mais importantes e essenciais na formação segura de todos os tipos de mediunidade?

B - EVANGELIZAÇÃO DO MÉDIUM

1 - O desenvolvimento mediúnico, constitui credencial de Superioridade?

2 - O que é exigido para um bom desenvolvimento mediúnico?

3 - O que é exigido no serviço do bem?

4 - Como André Luiz explica a mente?

5 - O que é o "médium espírita"?

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

AS CINCO FASES. 1ª FASE: PERCEPÇÃO DE FLUÍDOS

A parte prática do treinamento mediúnico é composta de cinco fases. No primeiro ano do Curso de Educação Mediúnica, as cinco fases são desenvolvidas separadamente para que o aluno tenha um melhor aproveitamento.

O método das cinco fases é utilizado há muitos anos pela Federação Espírita do Estado de São Paulo e preenche todas as necessidades do desenvolvimento mediúnico.

As cinco fases são compostas e divididas da seguinte maneira:

1 - Percepção de fluidos;

2 - Aproximação;

3 - Contato;

4 - Envolvimento;

5 - Manifestação.

As fases podem ser decoradas pela sigla PACEM.

Percepção de fluidos - 1ª fase

Os Instrutores Espirituais estudam o médium, anotam os pontos sensíveis e medem a sensibilidade de cada um. Quando o dirigente encarnado pede a colaboração dos Espíritos, eles projetam um jato de fluido sobre esses pontos e o médium pode sentir a projeção. Se o médium não sentir a projeção, é porque não possui mediunidade em condições de desenvolvimento ou esta se encontra embotada face a três fatores:

a - Físico

b - Mental

c - Espiritual.

FÍSICO: quando há bloqueio de energia pelos vícios do fumo, álcool, gula, sexo desajustado, drogas ou outros.

MENTAL: quando o médium sente medo, insegurança, incerteza, ansiedade ou impaciência. É confiando no orientador e no Instrutor Espiritual, que o médium vai perceber ou sentir os fluidos.

O fator espiritual decorre do envolvimento espiritual quando o médium pode ficar com seu campo físico e mental sem qualquer reação à projeção dos fluidos.

Se estiver em condições favoráveis, o médium sentirá ou perceberá a projeção dos fluidos que podem ser: frios, quentes, suaves, sutis ou pesados a exemplo de brisa, ar frio ou quente, etc..

Para que o médium com algum bloqueio possa perceber os fluidos, é necessário refletir, observar a causa e eliminá-la.

4ª. AULA

PARTE A - ESPÍRITO - PERISPÍRITO - CORPO FÍSICO

Repassando os tempos de evolução da História, percebemos que a vida era entendida, na Antiguidade, milhares de anos atrás, como a expressão do conjunto matéria-espírito. Neste passado distante, os antigos já desenvolviam a união do corpo e do Espírito como um fato certo. Pode-se ver isto no Bhagavad Gita, A Mensagem do Mestre, em O Livro dos Monos do antigo Egito, no Bardo Todol, chamado o livro dos mortos tibetano, e no Segredo da Flor de Ouro, dos chineses.

O povo judeu também desenvolveu o mesmo princípio, e o Velho Testamento está repassado das idéias de comunhão espírito-matéria. O próprio mito da criação, no primeiro livro do Pentateuco, atribuído a Moisés, diz que Deus "insuflou em suas narinas um hálito de vida e o homem se tornou um ser vivente" (Gênesis, cap. 2, versículo 7). Paulo se utiliza da simbologia para estabelecer a relação espírito-matéria, chamando "Adão foi feito alma vivente; o ultimo Adão tornou-se espírito que dá a vida", e completa: "E, assim como trouxemos a imagem do homem terrestre, assim também traremos a imagem do homem celeste". E ainda: "Eis que vos dou a conhecer um mistério: nem todos morreremos, mas todos seremos transformados" (I Epístola aos Coríntios, cap. 15, versículos 45, 49 e 51).

Os estudos desenvolvidos por Plotino e os neoplatônicos foram condenados. Acreditavam que "todas as propriedades físicas, mesmo a magnitude, são simples projeções da Alma sobre uma matéria não-diferenciada" (Dicionário de Filosofia, de Thomas Ransom Giles, verbete Plotino"). O resultado foi que o Cristianismo colocou o plano material e o plano espiritual em territórios estanques, sem nenhuma possibilidade de comunhão entre eles e, como traço-união, criou o purgatório, chamando feitiçaria a qualquer tentativa de inter-relação espírito-matéria. Com o Espiritismo vieram as explicações mais racionais sobre o fenômeno da Grande Vida.

ESPÍRITO:

O Livro dos Espíritos, desdobrando o mundo espírita aos olhos do homem, define os Espíritos como sendo "os seres inteligentes da criação" (L.E., Livro II, Cap. l, perg. 76), que "são individualizações do princípio inteligente, como os corpos são individualizações do princípio material" (L.E., Livro II, cap. l, perg. 79), e que são criados por Deus permanentemente, sem forma definida, para os encarnados, que se apresentam ao mundo espiritual como "uma chama, um clarão ou uma centelha etérea" (L.E., Livro II, Cap. l, perg. 88). Todos são criados iguais e dotados de faculdades a serem desenvolvidas através das experiências reencarnatórias, que levam ao progresso da Humanidade.

Em A Gênese, Kardec externa mais claramente o seu pensamento e separa o princípio espiritual do princípio vital e do próprio elemento cósmico universal (Cap. XI, item 5), afirmando depois que o "Espírito não chega a receber a iluminação divina que lhe dá, ao mesmo tempo que o livre-arbítrio e a consciência, a noção de seus altos destinos, sem ter passado pela série, divinamente fatal, dos seres inferiores, entre os quais se elabora, lentamente, a obra de sua individualidade; é somente a partir do dia em que o Senhor imprime sobre sua fronte seu augusto tipo, que o Espírito toma lugar entre as humanidades" (GE., Cap. VI, item 19).

PERISPÍRITO

Como corpo fluídico dos Espíritos, é o laço que prende a alma ao corpo, envoltório formado de fluidos ambientes. Afirma Kardec (GE., Cap. XIV, itens 7 e 8) que o "corpo fluídico dos Espíritos é um dos produtos mais importantes do fluido cósmico" e diz que o corpo físico também dele se origina, apenas que mais condensado e transformado em matéria tangível. Como vimos no capítulo anterior, planetas mais evoluídos terão matéria mais sutil e, portanto, cada planeta fornecerá elementos de sua própria natureza para a estruturação dos corpos, e os Espíritos comporão seus perispíritos de forma mais quintessenciada. Em contrapartida, em mundos mais primitivos, os perispíritos serão mais grosseiros.

A função do perispírito, como laço fluídico, é ligar, na encarnação, o Espírito ao corpo físico. Na morte deste, quando deixa de absorver o fluido vital, desfaz-se essa união. Assim, conclui Kardec, "não é a partida do Espírito que causa a morte do corpo, mas a morte do corpo que causa a partida do Espírito" (GE., Cap. XI, item 18).

O perispírito é o traço de união entre a vida corporal e a vida espiritual; é por ele que o Espírito encarnado está em contínua relação com os Espíritos; é por ele enfim, que se realizam no homem fenômenos especiais que não têm a sua causa originária na matéria tangível, e que, por esta razão, parecem ser sobrenaturais'" (GE., Cap. 14, item 22).

CORPO FÍSICO

O corpo físico é o reflexo do corpo espiritual, e este "retrata em si mesmo o corpo mental que lhe preside a formação" (André Luiz, em Evolução em Dois Mundos, Cap. II, pág. 24). O corpo do homem é um organismo aperfeiçoado através de longa evolução. Seus órgãos foram adaptados, para executarem tarefas que só competem à espécie humana. Essa evolução não se fez ao acaso, nem só pelas leis biológicas, mas obedecendo a uma orientação do plano maior. Assim, o encarnado possui todas as possibilidades de atuação no seu corpo físico.

No corpo físico atuam, desde seus próprios atos reflexos, até os processos intelectuais. O Espírito está em constante interação com o corpo físico, e recebe através dele as mais variadas impressões, pelos órgãos dos sentidos. O corpo humano é formado através da união de elementos chamados células, que variam em forma e tamanho e são constituídas de três partes: membrana, citoplasma e núcleo. Em biologia, entendemos a sua importância para o corpo físico através das seguintes proposições:

1) Toda a vida vegetal e animal são formadas através de células. Elas são a unidade de estruturação de todos os seres unicelulares e pluricelulares.

2) As células são a sede de todas as reações metabólicas de um organismo.

3) As células se originam, unicamente, de células preexistentes. E a biogênese (desenvolvimento da vida). Um organismo pluricelular cresce pela duplicação de suas células individuais. Não há geração espontânea.
A célula contém os genes, material que abriga um código que assegura a continuidade da espécie de uma geração celular à geração seguinte (Estudo de Biologia, de Baker e Allen). As células recebem alimento nutritivo do meio exterior, incorpora-os à sua substância e elimina todas as substâncias inúteis ou tóxicas. Estas funções de assimilação e eliminação é que constituem o metabolismo celular.

Diz André Luiz que as células "articulam-se de múltiplas formas, adaptando-se às funções que lhes competem [...] à maneira de peças eletromagnéticas inteligentes, em máquinas eletromagnéticas superinteligentes, atendendo com precisão matemática aos apelos da mente [...] Como tijolos numa obra de alvenaria, as células são compelidas à disciplina perante a idéia orientadora que as associa e governa". (Evolução em Dois Mundos, Cap. V).

Elas se reúnem para formar os tecidos (agrupamentos de células semelhantes), que compõem os órgãos. Temos os seguintes tecidos: o epitclial, que serve para revestir as superfícies externas do corpo (pele) e internas (mucosa) ou para produzir secreções. O conjuntivo, que serve para preencher os espaços entre os órgãos, podendo apresentar-se sob diferentes condições, como cartilaginosos ósseo e adiposo. O sanguíneo ou heinatopoiético, formado pelos glóbulos vermelhos ou hemácias (que transportam o oxigênio às células do corpo todo); pelos glóbulos brancos ou leucócitos (que são os elementos de defesa do organismo contra as infecções); e pelas plaquetas (que têm papel na coagulação do sangue).

O muscular, formado pelos músculos, que são de três tipos: estriado (responsável pelos movimentos voluntários); liso (forma as partes do estômago, intestino, bexiga, etc.), que funciona independentemente da vontade; e o miocárdio (forma o coração). O tecido nervoso é altamente diferenciado, com funções complexas e extremamente delicadas. O seu elemento básico é o neurônio ou célula nervosa.

Cada órgão é formado por um ou mais tipos de tecidos, que realizam funções definidas no corpo humano. Um conjunto de órgãos que executa um mesmo tipo de trabalho, constitui um sistema ou um aparelho, que é responsável por determinadas funções do organismo.
Temos os seguintes sistemas:

1) Sistema digestivo, que transforma o alimento ingerido em nutrientes e substâncias básicas à vida que serão absorvidas pela digestão. Proporciona também a eliminados resíduos resultantes desse processo através da excreção.

2) Sistema circulatório, que tem por objetivo levar oxigênio, alimentos e hormônios a todas as células e delas trazer resíduos, ou seja, gás carbônico, uréia e outros produtos de excreção.

3) Sistema respiratório, que é um processo de trocas de gases entre o indivíduo e o meio ambiente que tem como objetivo a absorção de oxigênio e a eliminação de gás carbônico.

4) Sistema urinário ou uro-genital, que constitui-se de sistema urinário e sistema genital ou reprodutor. O primeiro trata da excreção de substâncias tóxicas através da urina. O segundo é o responsável pela reprodução humana e diferencia-se no corpo masculino e feminino.

5) Sistema- tegumentar e esquelético-muscular. O primeiro trabalha com o recobrimento, proteção e trocas de substâncias do organismo com o meio externo.

6) Sistema, endócrino, que colabora na regulação do trabalho de todos os órgãos, juntamente com o sistema nervoso, controlando ò metabolismo geral do organismo.

7) Sistema nervoso, que é um conjunto de estruturas muito complexas, que controlam e dirigem todas as funções do corpo orgânico. Anatomicamente divide-se em sistema nervoso central, e sistema nervoso periférico. Uma parte do sistema nervoso controla as funções de relação - que são as atividades conscientes -, chama-se cérebro-espinhal; enquanto outra parte controla as funções de vida vegetativa ou o funcionamento interno dos órgãos, denominando-se sistema nervoso autônomo ou vago-simpático.

Bibliografia:

I Epístola aos Coríntios
O Livro dos Espíritos - Allan Kardec
A Gênese - Allan Kardec
Evolução em Dois Mundos - André Luiz

PARTE B - O VASO

"Que cada um de vós saiba possuir o seu corpo em santificação e honra"(Paulo, I Epístola aos Tessalonicenses, 4:4). Diz Emmanuel, em Vinha de Luz: "A recomendação de Paulo de Tarso aos Tessalonicenses ainda se reveste de plena atualidade, e o vaso da criatura é o corpo que lhe foi confiado". E' o santuário sublime de cada Espírito encarnado.

Em todos os tempos, as nações admiraram as obras maravilhosas e surpreendentes das engenharias antiga e moderna. Com assombro, o homem extasia-se frente aos trabalhos artísticos nos mais variados ramos das Belas-Artes, como a Arquitetura, a Música, as Artes Plásticas, a Escultura, a Pintura, etc. Fala, ainda Emmanuel, em Roteiro, que o estudo do corpo, apesar do crescimento da inteligência, ainda apresenta suas complexidades, pois não se consegue explicar, totalmente, o milagre do cérebro, com o coeficiente de bilhões de células; o aparelho elétrico do sistema nervoso, com os gânglios, à maneira de interruptores e células sensíveis por receptores em circuito especializado, com os neurônios sensitivos, motores e intermediários, que ajudam a graduar as impressões necessárias ao progresso da mente encarnada, dando passagem à corrente nervosa, com a velocidade aproximada de 70 metros por segundo; a câmara ocular, onde as imagens viajam da retina para os recônditos do cérebro, em cuja intimidade se incorporam às telas de memória, como patrimônio inalienável do Espírito; o porquê da audição, com seus complicados recursos para o registro dos sons e para a fixação deles nos recessos da alma, que seleciona ruídos e palavras, definindo-os e catalogando-os na situação e no conceito que lhes são próprios; o centro da fala; a sede miraculosa do gosto, nas papilas na língua, com um potencial de corpúsculos gustativos que ultrapassam o número 2.000; ainda não se explicam as admiráveis revelações do esqueleto ósseo; as fibras musculares; o aparelho, digestivo; o tubo intestinal; o "motor" do coração; a ''fábrica" de sucos do fígado; o "vaso" de fermentos do pâncreas; o caprichoso sistema sanguíneo, com seus milhões de vidas microscópicas e com suas artérias vigorosas, que suportam a pressão de várias atmosferas; o avançado laboratório dos pulmões; o precioso serviço de seleção dos rins; a epiderme com seus segredos dificilmente abordáveis; os órgãos veneráveis da atividade genésica e os fulcros elétricos e magnéticos das glândulas no sistema endócrino.

No corpo humano, temos, na Terra, uma das maiores maravilhas da Obra Divina. Da cabeça aos pés, a glória do supremo Idealizador, que, pouco a pouco, no curso incessante dos milênios, organizou para o Espírito em crescimento o domicílio de carne, em que a alma se manifesta. Maravilhosa cidade estruturada com vidas microscópicas quase imensuráveis; por meio delas, a mente se desenvolve e se purifica, ensaiando-se nas lutas e nos serviços regulares do mundo, para altos encargos nos círculos superiores.

Em Libertação, Cap. VII, no "Quadro Doloroso", André Luiz comenta: "O homem comum não possui senão vaga idéia da importância das criações mentais na própria vida. A mente estuda, arquiteta, determina e materializa os desejos que lhe são peculiares na matéria que a circunda, e essa matéria que lhe plasma os impulsos é sempre formada por vidas inferiores inumeráveis em processos evolutivos nos quadros do Universo sem fim".

Reafirma Emmanuel, em Vinha de Luz que, até agora, de modo geral, o homem não tem sabido colaborar na preservação e na sublimação do castelo físico, com sua "falsa visão do caminho evolutivo, inadvertidamente procura saturá-lo de enfermidade, lama e sombras, e, em toda a parte, observam-se as consequências funestas de semelhantes desvios."

Emmanuel, em Roteiro registra, ainda, abusos, excessos inconfessáveis. "Enquanto jovens, estragam-lhe as possibilidades de fora para dentro, desperdiçando-as impensadamente", confirmando, também, em Vinha de Luz, que "existências numerosas esbarram no túmulo, à maneira de veículos preciosos atropelados ou esmagados pela imprevidência."

Muitos dos que se perdem nos desvios do caminho, enveredando nas zonas escuras dos excessos, exclamam que atendem às fatalidades do mundo, mas que amanhã estarão com Jesus. Seguindo o mesmo raciocínio, refere-se Emmanuel, em Roteiro, a outros que, "depois de confiarem a mocidade à tutela do vício, aguardam a velhice, a fim de examinarem os magnos problemas espirituais. Existem, igualmente, os que flagelam a carne, através de mortificacões descabidas, supondo cooperar no aprimoramento da alma, empregando, para isso, tão-somente alguns fenômenos de epiderme."

Continua aquele Educador Espiritual: "Todos os aprendizes dessa classe desconhecem que a vida em Cristo é equilíbrio justo, encarnando-lhe os ensinamentos e os desígnios, em todas as linhas do serviço terrestre". E, em outra lição, completa seu pensamento: "Dia surge, porém, no qual o homem reconhece a grandeza do templo vivo em que se demora no mundo e suplica o retorno a ele, como trabalhador faminto de renovação, que necessita de adequado instrumentos à conquista do abençoado salário do progresso moral para a suspirada ascensão às Esferas Divinas."

BIBLIOGRAFIA:

I Epístola aos Tessanolicenses - Paulo
Vinha de Luz,lições 148 e 156 - Emmanuel
Roteiro, cap. 3 - Emmanuel
Libertação - André Luiz

QUESTIONÁRIO:

A - ESPÍRITO - PERISPÍRITO - CORPO FÍSICO

1 - Como era entendida a vida na Antiguidade?

2 - Qual o conceito de Espírito?

3 - O que é Perispírito e qual sua função?

4 - Como podemos definir o corpo físico?

5 - Quais são os sistemas responsáveis pelas funções do nosso organismo?

B - O VASO

1 - Que significa, nesta lição, a palavra "vaso"?

2 - Por que o homem não tem, até hoje, preservado convenientemente o seu corpo?

3 - Quais as consequências dos erros provocados pelo homem em relação ao seu corpo, ainda nesta vida?

4 - Quais as consequências dos erros atuais, em vidas futuras?

5 - Comentar: "A vida em Cristo é equilíbrio justo".

PARTE C - DESENVOLVIMENTO PRÁTICO MEDIÚNICO

1ª FASE: PERCEPÇÃO DE FLUÍDOS

Repetir a aula anterior, com o cuidado e atenção que o dirigente deve ter em observar o progresso da percepção dos educandos de uma aula para outra, incentivando-os a se aperfeiçoarem.

O progresso dessa percepção está na capacidade do aluno de perceber ou sentir os fluidos. Essa capacidade permite ao médium determinar no seu próprio organismo o ponto ou os pontos de incidência, segundo a natureza dos fluidos, selecionando-os por sua categoria vibratória: bom ou mau, fino ou pesado, excitante ou calmante, frio ou quente, etc...