Jesus e a sua trajetória de luz na terra.

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Ninguém vai ao Pai senão por mim. João 14,6

quarta-feira, 14 de março de 2012

Espiritismo com a profundidade que ele merece

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Escrito por Izabel Vitusso   
Sex, 10 de Fevereiro de 2012 17:04
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Com quatorze livros publicados, a oradora mineira de Carangola, Suely Caldas Schubert, está entre as mais requisitadas no meio espírita para proferir palestras, principalmente quando o assunto diz respeito à mediunidade. Sua experiência em reuniões de desobsessão já soma mais de 50 anos. Além dos livros publicados e palestras, no Brasil e no exterior, Suely participa da Sociedade Espírita Joanna de Ângelis, instituição por ela fundada há 26 anos, em Juiz de Fora, cidade em que reside. Sua vinda a São Paulo motivou-nos à realização desta interessante entrevista, publicada na nova edição do jornal Correio Fraterno.
Suely, você sempra aborda com bastante propriedade sobre o tema mediunidade e há bastante tempo. Há algum fato que a levou a se interessar acentuadamente pelo tema?
Não sei precisar quando comecei a me interessar pelo tema mediunidade, creio que desde sempre. É uma certeza que trago na minha vida, assim como a própria doutrina, que está acima de qualquer coisa para mim. É prioridade mesmo.
Vivemos tempos diferentes do movimento espírita vivido por nossos pais e avós. A impressão que se tem é que muitas pessoas chegam às casas espíritas e permanecem num superficial ‘consumo’ do espiritismo. Estamos preparados para essa demanda?
Cabe-nos propiciar a essas pessoas os temas mais sérios acerca do espiritismo, saindo-se um pouco dessa ideia de fazer o povo rir, ou só de autoajuda. Claro que não sou contra a abordagem que se refere à autoajuda, ela tem muito valor, principalmente quando fundamentada nos esclarecimentos doutrinários, mas a doutrina é profunda e apresenta os assuntos magnos que afetam e avassalam os seres humanos, evidenciando como enfrentá-los, especialmente a partir do conhecimento da reencarnação, da lei de ação e reação e a proposta da transformação moral à luz dos ensinos de Jesus.
Fala-se pouco hoje na casa espírita sobre a auto-obsessão, tema que você aborda tão bem em sua obra. Quais os cuidados que se deve ter?
A casa espírita necessita ter em suas equipes pessoas conhecedoras da doutrina e conhecedoras dos assuntos relacionados à obsessão, caso deseje manter atendimento nessa área. Vejo, todavia, que isso é raro nos dias atuais. E, quando tem esses trabalhadores, logo inventam tantas novidades, muitas delas esquisitas, sem o menor fundamento doutrinário, que me preocupam os rumos do nosso movimento. E, no entanto, o espiritismo é simples, embora profundo, mas é assim mesmo, as coisas grandiosas e belas são simples, claras, luminosas. Revejam Kardec, meditem, observem a simplicidade que permeia o trabalho de Chico Xavier, Yvonne Pereira, Divaldo Franco: nada de modismos, de práticas estranhas, bizarras até algumas delas, hoje lançadas por centros espíritas que desejam atrair adeptos e vão inventando estas coisas. Não falo isto criticando, falo carinhosamente. Devemos amar a doutrina espírita e amarmo-nos uns aos outros.
É cada vez maior o número de pessoas com quadro de depressão. Isso quer dizer que a obsessão, interferência espiritual, está aumentando?
Quanto à depressão, levemos em conta o aumento proporcional ao aumento da população e, é claro, aos assédios espirituais negativos, porque as pessoas estão muito materialistas, priorizando a vida física, os prazeres, que buscam avidamente, sem ética, sem respeito a si mesmo e ao próximo, sem Deus em suas vidas, afinal é esse quadro mundial que vemos acontecer em nossos tempos. O que falta é o ser humano conscientizar-se de que é um espírito imortal e que a vida verdadeira é a espiritual, esta, a vida física, é uma breve passagem, impermanente e muito breve diante da imortalidade que nos é própria.
Ontem, espiritismo com missionário, expoentes: Chico, Eurípedes, Bezerra, Batuíra etc, Hoje já caminhamos com mais maturidade no movimento espírita, sem a necessidade da ‘tutela’, de líderes espirituais expressivos como eles?
Em verdade, esses vultos nunca tutelaram ninguém; os missionários se sobressaem pelos exemplos que transmitem para os demais. Não fazem alarde de si mesmos, são humildes, doam-se e, mesmo sem procurar notoriedade acabam por se destacar, então pessoas passam a admirá-los e muitos, não raramente, a endeusá-los. Creio que isto é natural. Quem não admira e ama dr. Bezerra? Eu digo que ele é uma unanimidade nacional. Mas vemos isto em outras áreas. São os ídolos que o povo elege e que às vezes não passam bons exemplos. Quanto à maturidade do movimento espírita, vamos caminhando...
Você tem acompanhado em Juiz de Fora-MG amigos nossos realizando pesquisas científicas sobre a mediunidade, em âmbito inclusive internacional. Como analisa esse momento do espiritismo nas academias?
Gosto muito quando tomo conhecimento das pesquisas científicas, feitas com seriedade, por pessoas competentes. São necessárias, no momento atual. Cito aqui o dr. Alexander Moreira, nosso amigo, e a equipe com a qual ele trabalha, pois realizam pesquisas importantes. Ele é de Juiz de Fora, médico psiquiatra e eminente professor na Universidade Federal de nossa cidade e faz parte de importante grupo de cientistas de várias nacionalidades, todos voltados para o mesmo objetivo.
O espiritismo tem hoje nos eventos e palestras um dos seus principais meios de divulgação. O que acha disso?
Creio que é uma forma bastante positiva de divulgar a doutrina, especialmente quando os eventos são realizados em locais de acesso ao público em geral. Programas de TV e de rádio alcançam grande audiência e sei, por experiência própria, porque participo de um programa, na Rede BOA NOVA, Mediunidade, caminho para ser feliz, há dez anos, juntamente com nosso amigo, José Maria de Medeiros Souza. Em minhas viagens, por todo o país, para proferir palestras e seminários, fico surpresa com o carinho das pessoas que dizem assistir ao programa, que me abraçam e dão seus depoimentos sobre assuntos que abordamos, enfim, é gratificante. O mesmo ocorre com o programa Transição, que também tem grande audiência. Ressalto a importância dos congressos, que atraem grandes públicos, alguns reunindo dez, quinze mil pessoas.
O Brasil, no passado, foi beneficiado pela cultura dos povos europeus, na corrente imigratória. Hoje somos nós, brasileiros, que levamos as ideias espíritas para o exterior. Como você avalia essa dinâmica?
Como uma grandiosa programação espiritual. Com referência ao advento do espiritismo, sabemos que isto se daria na França, celeiro, à época, da cultura mundial, o que propiciaria ao professor Rivail, Allan Kardec, o ambiente adequado para que a promessa do Consolador, feita por Jesus, ali se concretizasse. Essa é a dinâmica da vida, que abre horizontes novos para todos. Mas os princípios espíritas estão sendo disseminados por toda parte e aí vemos a confirmação da resposta dos Espíritos à questão 798 de O livro dos espíritos. Não temos aí filmes, livros, pesquisas, com temáticas espíritas?
O mercado editorial espírita nunca esteve tão produtivo, com uma diversidade de temas e abordagens por diversos autores. Isso ajuda ou atrapalha? Por quê?
Depende do conteúdo dessas obras. Pode ajudar sim, mas também, em certos casos, algumas obras antidoutrinárias confundem, alguns livros são ditados por espíritos pseudossábios, então é necessário muito estudo. Ele é imprescindível, além disso, Kardec recomenda tudo submeter ao crivo da razão e observarmos a universalidade do ensino dos espíritos. Em caso de dúvida, ele recomenda seguir o critério da maioria, conforme a introdução 2 de O evangelho segundo o espiritismo. Mas acima de tudo lembremo-nos da recomendação do Espírito de Verdade: “Espíritas! Amai-vos, este o primeiro ensinamento; instruí-vos, eis o segundo.” (O evangelho segundo o espiritismo, cap. 6)



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